quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS

Há mais de quarenta anos, as nações do mundo afirmaram na Declaração Universal dos Direitos Humanos que "toda pessoa tem direito à educação". No entanto, apesar dos esforços realizados por países do mundo inteiro para assegurar o direito à educação para todos, persistem as seguintes realidades:
• mais de 100 milhões de crianças, das quais pelo menos 60 milhões são meninas, não têm acesso ao ensino primário: mais de 960 milhões de adultos - dois terços dos quais mulheres - são analfabetos, e o analfabetismo funcional e um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento:
• mais de um terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adpatar-se às mudanças socias e culturai.
• mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos não conseguem concluir o ciclo básico, e outros milhões, apesar de concluí-lo, não conseguem adquirir conhecimentos e habilidades essenciais.
Durante a década de 80, esses problemas dificultaram os avanços da educação básica em muitos países menos desenvolvidos. Em outros, o crescimento econômico permitiu financiar a expansão da educação mas, mesmo assim. milhões de seres humanos continuam na pobreza, privados de escolaridade ou analfabetos. E em alguns países industrializados, cortes nos gasto púhlic s ao longo dos anos 80 contribuíram para a deterioração da educação.
Essa é a Educação que queremos.



ARTIGO 1 . SATISFAZER AS NECESSIDADES BÁSICAS DE APRENDIZAGEM


1. Cada pessoa - criança, jovem ou adulto - deve estar em condições de aproveitar as  oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem
2. A satisfação dessas necessidades confere aos membros de uma sociedade a possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolver a sua  herança cultural, lingüística e espiritual, de promover a educação de outros, de defender a causa da justiça social, de proteger o meio-ambiente e de ser tolerante com os sistemas  sociais, políticos e religiosos que difiram dos seus, assegurando respeito aos valores humanistas e aos direitos humanos comumente aceitos,bem como de trabalhar pela paz e pela solidariedade internacionais em um mundo interdependente.
3. Outro objetivo, não menos fundamental, do desenvolvimento da educação. é o enriquecimento dos valores culturais e morais comuns.
4. A educação básica é mais do que uma finalidade em si mesma. Ela é a base para a aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes, sobre a qual os países podem construir, sistematicamente, níveis e tipos mais adiantados de educação e capacitação

EDUCAÇÃO PARA TODOS: UMA VISÃO ABRANGENTE E UM COMPROMISSO RENOVADO

ARTIGO2 . EXPANDIR O ENFOQUE

1. Lutar pela satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos exige mais do que a ratificação do compromisso pela educação básica. É ncessário um enfoque abrangente, capaz de ir além dos níveis atuais de recursos, das estruturas institucionais; dos currículos e dos sistemas convencionais de ensino, para construir sobre a base do que há de melhor nas práticas correntes.
2. Este enfoque abrangente, tal como exposto nos Artigos 3 a 7 desta Declaração, compreende o seguinte:
• universalizar o acesso à educação e promover a eqüidade:
• concentrar a atenção na aprendizagem;
• ampliar os meios e o raio de ação da educação básica;
• propiciar um ambiente adequado à aprendizagem;
• fortalecer alianças.
3. A concretização do enorme potencial para o progresso humano depende do acesso das pessoas à educação e da articulação entre o crescente conjunto de conhecimentos relevantes com os novos meios de difusão desses conhecimentos

ARTIGO 3 UNIVERSALIZAR O ACESSO À EDUCAÇÃO E PROMOVER A EQUIDADE

1. A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades
2. Para que a educação básica se torne eqüitativa, é mister oferecer a todas as crianças, jovens e adultos, a oportunidade de alcançar e manter um padrão mínimo de qualidade da aprendizagem.
4. Um compromisso efetivo para superar as disparidades educacionais deve ser assumido. Os grupos excluídos - os pobres: os meninos e meninas de rua ou trabalhadores; as populações das periferias urbanas e zonas rurais os nómades e os trabalhadores migrantes; os povos indígenas; as minorias étnicas, raciais e lingüísticas: os refugiados; os deslocados pela guerra; e os povos submetidos a um regime de ocupação - não devem sofrer qualquer tipo de discriminação no acesso às oportunidades educacionais.
5. As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial.

A RTIGO 4 CONCENTRAR A ATENÇÃO NA APRENDIZAGEM
1. A tradução das oportunidades ampliadas de educação em desenvolvimento efetivo - para o indivíduo ou para a sociedade - dependerá, em última instância, de, em razão dessas mesmas oportunidades, as pessoas aprenderem de fato, ou seja, apreenderem conhecimentos úteis, habilidades de raciocínio, aptidões e valores. Em conseqüência, a educação básica deve estar centrada na aquisição e nos resultados efetivos da aprendizagem, e não mais exclusivamente na matrícula. freqüência aos programas estabelecidos e preenchimento dos requisitos para a obtenção do diploma.
ARTIGO 5 AMPLIAR OS MEIOS DE E O RAIO DE AÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A diversidade, a complexidade e o caráter mutável das necessidades básicas de aprendizagem das crianças, jovens e adultos, exigem que se amplie e se redefina continuamente o alcance da educação básica, para que nela se incluam os seguintes elementos:
• A aprendizagem começa com o nascimento. Isto implica cuidados básicos e educação inicial na infância, proporcionados seja através de estratégias que envolvam as famílias e comunidades ou programas institucionais, como for mais apropriado.
• O principal sistema de promoção da educação básica fora da esfera familiaré a escola fundamental.
• As necessidades básicas de aprendizagem de jovens e adultos são diversas, e devem ser atendidas mediante uma variedade de sistemas.
• Todos os instrumentos disponíveis e os canais de informação, comunicação e ação social podem contribuir na transmissão de conhecimentos essenciais, bem como na informação e educação dos indivíduos quanto a questões sociais.

ARTIGO 6 PROPICIAR UM AMBIENTE ADEQUADO À APRENDIZAGEM
A aprendizagem não ocorre em situação de isolamento. Portanto, as sociedades devem
garantir a todos os educandos assistência em nutrição, cuidados médicos e o apoio físico e
emocional essencial para que participem ativamente de sua própria educação e dela se beneficiem.

ARTIGO 7 FORTALECER AS ALIANÇAS

As autoridades responsáveis pela educação aos níveis nacional, estadual e municipal têm a obrigação prioritária. de proporcionar educação básica para todos. Não se pode, todavia, esperar que elas supram a totalidade dos requisitos humanos, financeiros e organizacionais necessários a esta tarefa. Novas e crescentes articulações e alianças serão necessárias em todos os níveis.

EDUCAÇÃO PARA TODOS: OS REQUISITOS
ARTIGO 8 DESENVOLVER UMA POLÍTICA CONTEXTUALIZADA DE APOIO

1. Políticas de apoio nos setores social, cultural e econômico são necessárias à concretização da plena provisão e utilização da educação básica para a promoção individual e social.
2. A sociedade deve garantir também um sólido ambiente intelectual e científico à educação
básica, o que implica a melhoria do ensino superior e o desenvolvimento da pesquisa científica.

ARTIGO 9 MOBILIZAR OS RECURSOS

1. Para que as necessidades básicas de aprendizagem para todos sejam satisfeitas mediante
ações de alcance muito mais amplo, será essencial mobilizar atuais e novos recursos financeiros
e humanos, públicos, privados ou voluntários.
2. Um apoio mais amplo por parte do setor público significa atrair recursos de todos os órgãos
governamentais responsáveis pelo desenvolvimento humano, mediante o aumento em valores
absolutos e relativos, das dotações orçamentárias aos serviços de educação básica.

ARTIGO 10 FORTALECER A SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

1. Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem constitui-se uma responsabilidade comum e universal a todos os povos, e implica solidariedade internacional e relações económicas honestas e eqüitativas, a fim de corrigir as atuais disparidades económicas.

2. Será necessário um aumento substancial, a longo prazo, dos recursos destinados à educação básica. A comunidade mundial, incluindo os organismos e instituições intergovernamentais, têm a responsabilidade urgente de atenuar as limitações que impedem algumas nações de alcançar a meta da educação para todos.
3. As necessidades básicas de aprendizagem dos adultos e das crianças devem ser atendidas onde quer que existam.
4. Todas as nações devem agir conjuntamente para resolver conflitos e disputas, pôr fim às ocupações militares e assentar populações deslocadas ou facilitar seu retorno a seus países de origem, bem como garantir o atendimento de suas necessidades básicas de aprendizagem.
Nós, os participantes da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, reafirmamos o direito de todos à educação. Este é o fundamento de nossa determinação individual e coletiva assegurar educação para todos.
Queremos uma Educação de qualidade para todos.
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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ambiente Moodle

O Moodle (“Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment “) é um software livre, de apoio à aprendizagem, executado num ambiente virtual. O conceito foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas. Voltado para programadores e acadêmicos da educação, constitui-se em um sistema de administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem colaborativa. Permite, de maneira simplificada, a um estudante ou a um professor integrar-se, estudando ou lecionando, num curso on-line à sua escolha.
Muitas instituições de ensino (básico e superior) e centros de formação estão adaptando a plataforma aos próprios conteúdos, com sucesso, não apenas para cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos presenciais. A plataforma também vem sendo utilizada para outros tipos de atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de professores e até desenvolvimento de projetos. Muito usado também na Educação à distância. Outros setores, não ligados à educação, também utilizam o Moodle,como por exemplo, empresas privadas, ONGs e grupos independentes que necessitam interagir  colaborativamente na internet.

opinião sobre EAD, vantagens/ desvantagens e ambiente virtual de apredizagem
Inicio meus comentários fazendo alguns recortes do texto “Características da EAD”:
“…para que ocorra a aprendizagem não há necessidade de alunos e professores compartilharem o mesmo espaço físico em um mesmo momento…”, sendo assim, “…os alunos de EaD precisariam desenvolver uma capacidade de autonomia e independência em seus estudos, ao mesmo tempo em que sejam capazes de lidar bem com a ansiedade do estudo solitário…”
Concordo plenamente com estes conceitos, mas acreditar que só pelo fato dos nossos jovens estarem aptos a utilizar as novas tecnologias de comunicação os tornam aptos a cursar disciplinas no sistema EAD eu acho um pouco presunçoso demais. Por melhores e mais desenvolvidas que sejam as ferramentas, o indivíduo (aluno) deve estar preparado para assumir sua própria educação e neste caso eu acho que nosso sistema educacional tradicional contribuiu para criar um paradigma de que só há educação na escola (física) e que sempre há necessidade de um Professor (presente) para que haja educação. Desde a época de nossos avós e bisavós se acreditava que “só se aprende na escola”. Em minha opinião, é este paradigma que deve ser quebrado e o ponto chave é esta consciência individual de que todos nós podemos aprender independente dos espaços físicos, ambientes e ferramentas.
Já existem diversos movimentos que seguem neste caminho da “auto-aprendizagem” ou do aprendizado contínuo que perpassa os muros da escola convencional. Entre eles posso citar o movimento conhecido no Brasil como “Escola Nova” influenciada pela corrente progressivista de John Dewey ou outras linhas de pensamento como a piagetiana e montessouriana. Um Bom exemplo destas novas linhas de pensamento em educação é a escola Lumiar “…que valoriza a aprendizagem significativa, a convivência democrática e a autonomia de cada indivíduo…”, veja mais em http://www.lumiar.org.br.
Dentre os termos mais utilizados em EAD eu aprecio muito o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem. Este termo, se levado ao pé da letra, me faz pensar em um local, não físico, onde é desenvolvida a aprendizagem, mediada ou não. Isto me parece o mais próximo de uma realidade em Educação á Distância pois gosto de pensar que o ambiente está lá, se eu ou o aluno vamos “entrar” para “aprender” algo é outra história.
Desta forma, enquanto não cultivarmos esta consciência coletiva sobre “educação sem fronteiras” acho que as vantagens das ferramentas de EAD não superam a contento as desvantagens ou os problemas que ela trará.
Uma coisa me parece clara, estamos no caminho certo, e quando conseguirmos “derrubar os muros” da escola tradicional e vencer este paradigma educacional, aí sim o EAD poderá se tornar uma poderosa aliada na construção do conhecimento.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Orgulho de ser Professora

 Sou tranquila, alegre, educada, crítica, persistente.    
Amo meu trabalho na Educação Infantil, adoro ensinar e aprender com meus pequenos!

Trabalho há 8 anos na Educação Infantil Creche Maria Dalila situada na Escola de Nossa Senhora, Rua Vivaldo Pereira de Araújo, 308. A creche atende a 165 crianças no turno matutino, minha turminha é de jardim II com 24 crianças.
A Educação Infantil caracteriza-se como uma fase na qual o trabalho docente deve construir no educando uma base forte, ou seja, promover seu desenvolvimento cognitivo e motor de modo que ele esteja preparado 
para enfrentar os desafios das fases escolares posteriores.
Deixe sempre fruir a criança que está dentro de você!!
Brinque, pule, cante, risque, rabisque escreva no CADERNO da vida.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Feliz dia do professor.

Oração do Professor

Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor.
Mas, antes do ensinar, Senhor,
Dai-me o dom de aprender.
Aprender a ensinar
Aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.
Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.
Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.
Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.
Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Internet


Quando se fala em Internet, a primeira imagem que nos vem à mente é a de um espaço virtual onde podemos conversar (bater papo), pesquisar, enviar e receber informações, ensinar e estudar, comprar e vender ou, até mesmo, navegar a esmo” sem um objetivo específico. Poucos tem ideia de como ela surgiu, porque surgiu e como deve ser usada. Muitos nem fazem questão de ter esse conhecimento, ao contrário, acham até desnecessário; entretanto, é importante que, ao usarmos uma ferramenta desse porte, tenhamos algum conhecimento sobre ela.


A grande rede mundial (World Wide Web – WWW), como nós costumamos chamá-la, iniciou a sua expansão, trocando os antigos protocolos NCP por TCP/IP, no início da década de 80. Essa nova rede estava migrando da antiga ARPANET, sigla da Advanced Research Projects Agency Network do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, precursora da atual Internet. Na década de 70, foi permitido às universidades e outras instituições, que pesquisavam sobre sistemas de defesa nacional, ter seus computadores conectados à Arpanet, a qual, em virtude do seu crescimento, dividiu-se em duas partes: a MILNET (rede militar) e o restante dessa rede passou a existir com o nome pelo qual a conhecemos até hoje – Internet, uma rede de proporções internacionais. Credita-se a Dennis Jennings, na época, responsávelem conduzir o programa intitulado Supercomputador, da Fundação Nacional de Ciência, a decisão de usar o TCP/IP-DARPA, fruto de pesquisa desenvolvida pela DARPA. (Defense Advanced Research Projects Agency). 




Atualmente, uma das situações mais discutida e, consequentemente, mais combatida, principalmente nos meios acadêmicos, é o uso indiscriminado e indevido de trabalhos de terceiros sem citação do autor (pirataria). Com o uso dos atalhos Ctrl C e Ctrl V ou das opções copiar, colar, as pessoas se apropriam de trabalhos alheios e os usam como sendo seus.

Outra prática corrente é a proliferação de spam (e-mails não solicitados, que geralmente são enviados para um grande número de pessoas) com assuntos que não dizem respeito e nem interessam à pessoa que os recebe. É uma forma criminosa de invadir a privacidade alheia, pois a caixa de mensagens, ou caixa de correios, (lugar onde se recebem os e-mails) são locais particulares, os quais só devem ser usados entre elementos que possuem afinidades, ou algum tipo de liga
 

A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Cecília Meireles